quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Arnaldo Jabor falando sobre o caso Eloá - não preciso falar mais nada




Existem tragédias súbitas e tragédias lentas, que se formam aos poucos.
Durante as 100 horas do cerco dava para ver os indícios de alguma coisa terrível que estava a caminho.
Era visível a movimentação lenta da polícia. Não era alerta, era burocrática, sem imaginação…
Dava para ver a falta de comando, sem um plano concreto de ação, os policiais enrolados por um jovem maluco…
Vimos momentos desperdiçados para a invasão: a fraqueza da madrugada, nenhuma tática de desorientação do criminoso…
E a tragédia foi crescendo… Não havia uma micro-câmera que numa janela, mostraria a porta bloqueada…Quando a refém libertada voltou, ficou claro que subestimavam o seqüestrador, como se fosse assunto de adolescentes em crise…
Até que a invasão se deu. Atrapalhada. Tardia. A escada da janela era curta e ninguém tinha visto…
Ai a bala saiu. Agora lançam a duvida. O tiro foi antes ou depois da invasão? Nas gravações existentes não se ouve tiro antes… Mas os policiais nao podem falar…
Esta bala nao foi deflagrada só pelo assassino. O que disparou esta bala foi também o gatilho da falta de dinheiro, da falta de treinamento, de equipamentos e da falta de inteligência.
Esta bala selou o último ato de mais uma evitável tragédia brasileira.

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