Hoje dia 20 de janeiro de 2009, Barack Obama ocupará o cargo de homem mais poderoso do mundo. Sua histórica eleição à Casa Branca ganha ainda mais destaque em função dos enormes desafios que cercam o novo presidente dos Estados Unidos.
Os desafios de Obama na América do Sul:
1- O envolvimento americano na guerra civil colombiana.
2- O eixo anti-americano criado por Hugo Chávez
3- O embargo a cuba
4- A reforma das leis da imigricao americana
Protecionismo na agricultura: os EUA não querem fazer concessões aos países das Américas. Portanto o que o novo governo precisa fazer é encontrar um meio de abandonar o protecionismo em indústria-chaves. Como para o etanol, que afetam os estados do meio-oeste dos EUA.
O combate as drogas é outro assunto pendente, Peru, Bolívia, Colômbia e México recebem dos EUA uma ajuda qualificada como insuficiente para enfrentar as máfias do narcotráfico.
Provavelmente os países latinos que Obama irá focar no seu governo não serão o sul da America e sim a America Central, o Caribe e o México. Essas regiões recebem a metade dos investimentos provenientes dos EUA na America latina. Mas provavelmente devido à crise financeira atual a promessa de duplicar a ajuda internacional para o desenvolvimento não irá ser cumprida, mas provavelmente haverá mais diálogo com o governo de Obama.
Os desafios de Obama no mundo:
1- As promessas de acabar com a Guerra no Iraque – há mais de 100 mil soldados americanos. 2- Lidar com o Afeganistão que demonstra diariamente que o movimento Talibã ainda tem influencia no país, a onde se acredita se esconde até hoje Osama Bin Laden e derrotar a rede terrorista Al Qaeda.
3- O Irã e seu programa nuclear – o governo dos iatolas.
4- As relações com a Rússia que está numa fase difícil.
5- A China com sua caminhada para se tornar uma grande potencia econômica.
6- Além de enfrentar uma das piores crises econômicas da história.
7- A questão palestina.
8- E internamente lidar com um sistema de saúde falido no país.
9- E por fim a ameaça ao aquecimento global.
E como ele pretende resolvê-los:
1. Quais ações imediatas Obama pretende tomar para estimular a economia?
A prioridade do novo presidente é aprovar no Congresso um novo pacote econômico na ordem de 775 bilhões de dólares. As medidas prevêem cortes de impostos e aumento dos gastos para criar cerca de 3,5 milhões de postos de trabalho nos próximos dois anos. A equipe de Obama estima que, com a aprovação do texto, a taxa de desemprego deve recuar 1,8% até 2010. Os outros objetivos principais do pacote são ampliar a duração e os benefícios do seguro-desemprego e ajudar estados e municípios com graves problemas de caixa para pagar funcionários públicos e manter serviços essenciais.
2. Quais efeitos negativos essas medidas poderão trazer?
Somadas aos pacotes anteriores, lançados ainda durante o governo Bush, as novas medidas de estímulo econômico deverão inchar ainda mais o déficit orçamentário do governo, que, segundo projeções, deverá bater em 1 trilhão de dólares em 2009. O problema já dividiu o Partido Democrata. Uma das alas defende que o novo presidente terá de dizer aos eleitores que algumas das promessas de campanha serão adiadas, sob o risco de agravar a situação fiscal. Outra ala prega o contrário, que o crime mais grave no momento seria jogar um balde de água fria no ânimo dos americanos.
3. E o que Obama pretende fazer a longo prazo para evitar que uma nova crise abale a economia?
Se o pacote inicial for aprovado, o caminho estará aberto para que Obama possa cumprir sua mais vistosa e controversa promessa de campanha - conceder cortes de impostos a famílias que ganham até 250.000 dólares por ano e que representam 95% da população americana. Além disso, ele planeja aumentar o imposto de renda dos ricos, além de subir as alíquotas - de 15% para 20% - dos tributos sobre os ganhos de curto prazo nos mercados de ações. O democrata ainda deverá colocar de volta sob a mira do estado setores importantes da economia, com destaque para o mercado financeiro. Obama pretende reescrever as regras que comandam os pregões, focando-se nos vilões da crise atual: hedge funds, corretores imobiliários, corretores de derivativos e agências de classificação de risco.
4. Bush sempre se recusou a manter um diálogo com o Irã, principalmente sobre o programa nuclear do país. Como Obama pretende solucionar essa delicada questão?
Fazendo justamente o contrário de seu antecessor, ao abrir um canal de conversação com o país. Obama já disse que considera o programa nuclear iraniano um dos principais desafios de sua administração, já que um regime como o que governa o país munido de armas atômicas "poderia desencadear uma corrida nuclear no Oriente Médio". Os primeiros meses da política externa do democrata deverão ser marcados pelo diálogo com Teerã. As conversas, porém, podem nem sempre ser pacíficas. Obama já revelou que pretende cobrar do Irã por sua atitude de "exportar o terrorismo" por meio do movimento islâmico palestino Hamas e do grupo radical xiita libanês Hezbollah.
5. Com tantos problemas econômicos e no mundo árabe, não parece que a América Latina será uma prioridade de Obama. Isso está correto?
De fato, estreitar as relações com a América Latina não está no topo da agenda de Obama.
Ainda assim, ele quer que em seu governo sejam extintas as "tensões dos últimos anos" e promete abrir "uma nova página" nas conversas com a região. Problemas econômicos, porém, podem contaminar esses diálogos. Obama indicou que poderia tentar renegociar o Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta) para incluir medidas mais duras para a proteção dos empregos americanos e cumprimento de critérios ambientais mais rigorosos. Durante a campanha, o democrata disse que, do jeito que está, o Nafta ameaça a competitividade dos Estados Unidos e os empregos dos cidadãos do país.
6. Desde o início da campanha, Obama se posicionou contra a guerra do Iraque. O que, de fato, o novo presidente fará para trazer de volta os soldados americanos que estão no país?
Se Obama cumprir sua promessa, a retirada das tropas americanas começa já no dia 21 de janeiro e se estenderá, no máximo, por 16 meses. O democrata quer dar tempo para que o governo iraquiano organize suas próprias forças armadas. Assim, a retirada deverá acontecer ao ritmo de uma a duas brigadas por mês. Não se deve esperar, porém, por uma remoção completa. Um pequeno contingente militar americano deverá ser mantido no Iraque.
7. Como Obama deve lidar com a guerra no Afeganistão?
Esse país será um foco importante das atenções de Obama, como já disse o próprio democrata. Ele pretende enviar mais duas brigadas de combate à região e prometeu atacar a Al Qaeda, especialmente Osama Bin Laden, com ou sem a ajuda do Paquistão. O novo presidente não deve se concentrar apenas na luta armada. Obama quer melhorar o desempenho do novo governo afegão e, assim, promover a qualidade de vida da população do país. O democrata quer entrar em acordo com o Paquistão para garantir que terroristas não estejam estabelecendo acampamentos de treinamento em alguns pontos da fronteira entra os dois países.
8. A dias da posse de Obama, Israel lançou uma ofensiva sobre a Faixa de Gaza contra o grupo radical islâmico Hamas. O conflito entre árabes e judeus no Oriente Médio é mais um delicado problema nas mãos de Obama. Ele pretende intervir nas negociações de paz?
O conflito em Gaza pode até desviar a atenção de Obama da economia por algum tempo. Ele se diz preocupado com os ataques, sobretudo pela morte de civis. Bush alertou o democrata sobre a possibilidade dos ataques se reverterem em atentados contra os Estados Unidos – o que pode ser verdade. A Al Qaeda já publicou uma mensagem em que acusa Obama de ser cúmplice da ofensiva israelense. Ainda assim, a equipe do novo presidente já declarou que ele está disposto a fazer de tudo pela paz no Oriente Médio. Obama apoia o desejo de Israel de se defender dos disparos de foguetes do Hamas, mas se incomoda com os trágicos custos humanitários trazidos pelo conflito no Oriente Médio e com a dor e o sofrimento de civis palestinos e israelenses.
9. As mudanças climáticas foram sempre uma questão negligenciada pelo governo Bush. Como o aquecimento global será tratado por Obama?
Já nos primeiros meses de governo, os Estados Unidos deverão se engajar nas negociações para liderar o mundo em uma nova era de cooperação mundial contra o aquecimento global. Para Obama, essa é também uma questão econômica. Segundo ele, a dependência de petróleo estrangeiro e as mudanças climáticas enfraquecem a economia americana. A meta do democrata é que a dispersão de gás carbônico na atmosfera caia até 80% em 2050. Para isso, ele pretende investir 15 bilhões de dólares por ano para promover energia limpa, como a solar, a eólica e também uma nova geração de biocombustíveis. Obama pretende fazer do socorro às montadoras afetadas pela crise uma forma de cuidar do ambiente. Para receberem ajuda, elas deverão investir em novas tecnologias, como a de carros flex e de baixo consumo de gasolina.
10. Com tantos desafios à frente, Obama conseguirá promover uma mudança verdadeira nos Estados Unidos, como alardeou sua campanha eleitoral?
A se julgar pela equipe de governo escolhida pelo democrata, ainda não é possível saber. Mesmo assim, quem espera mudanças radiais pode, de fato, se decepcionar. Obama montou sua equipe com profissionais experientes e respeitados, mas que não representam nada de novo para a política americana. Somando-se os anos de poder de todos os auxiliares nas áreas de segurança e política externa, por exemplo, a conta bate em 143 anos. Obama tem-se inspirado no passado – o governo de Bill Clinton (1993 a 2001). O sinal mais cristalino dessa vertente é a nomeação de Hillary como secretária de Estado. Chamou a atenção, também, o anúncio de que Robert Gates, secretário de Defesa de Bush, seguirá no cargo. Para não correr o risco de fracassar nos primeiros anos de mandato, Obama deixa de lado a retórica mudancista e se apoia na experiência, na estabilidade e no realismo.
11. A eleição de Barack Obama despertou uma onda de comemorações pelo mundo. A boa imagem que Obama cultiva no exterior poderá ter influência positiva no seu governo?
No que depender de Obama, sim. O democrata já deixou claro que pretende dar uma nova perspectiva às relações de seu país com o resto do mundo. Para especialistas, o novo presidente será capaz de melhorar a imagem dos EUA nos outros países, como os europeus. Isso será importante para que Obama consiga a ajuda da Europa em suas missões em países como o Afeganistão. Um dos principais trunfos do novo presidente para promover a imagem dos EUA é fechar a prisão que o país mantém na base de Guantánamo. Embora isso não possa ser feito com a rapidez prometida, o fim da prisão e das torturas durante os interrogatórios servirão como ponto-chave para diferenciar a imagem de Obama da de Bush, que deixa o governo sob a rejeição de boa parte do mundo.
12. O que pode fazer com que Obama perca o prestígio junto à comunidade internacional e à população americana?Não corresponder às expectativas criadas em torno de sua posse. Dele se espera quase tudo:
que promova a paz no Oriente Médio, controle os ímpetos imperiais da Rússia, dê atenção especial à América Latina, contribua para evitar o aquecimento global, supere a crise financeira mundial, evite uma recessão dolorosa. Dentro dos Estados Unidos, dele se espera que adote um
sistema universal de saúde, rompa com a dependência do petróleo, produza energia limpa e renovável, promova a paz, apanhe Bin Laden, revalorize o dólar. As expectativas em torno do desempenho de Obama são tão altas que tornam muito difícil para ele conseguir atendê-las.
13. Por que a Rússia se tornou uma dor de cabeça para os EUA?A Rússia ressurgiu das cinzas e cresceu como nunca nos últimos dez anos.
Tornou-se a maior potencia energética do mundo e por isso mesmo voltou a ter importância no cenário global. O país detém a maior reserva de gás do planeta, a segunda de carvão e a oitava de petróleo. Para a apreensão do ocidente os
russos detêm o monopólio das redes de distribuição de petróleo e gás entre a Ásia Central e a Europa. Num cenário que é cada vez maior a demanda de energia, o país vai se firmando novamente como potência.
67% dos russos admitem ver os EUA de maneira negativa, é o pior percentual desde os tempos de Guerra Fria e reflete as sucessivas disputas entre os dois países. A instalação de bases de escudos antimísseis americanos na Republica Tcheca e na Polônia desagrada os russos, assim como o apoio americano a entrada da Georgia e da Ucrânia ao Tratado do Atlântico Norte (OTAN) aos russos. A posição americana favorável a Geórgia na Guerra no Cáucaso também é algo que não os deixa satisfeitos.
O Kremlin não se conforma com a expansão das fronteiras da OTAN cada vez mais próximos do território russo. O presidente da Russia Dmitri Medvedev e o primeiro ministro Vladímir Putin disseram que querem o dialogo, mas deixaram claro que não pretendem abrir mão dos seus interesses.
fontes:
site da globo.com
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/a-era-barack-obama/index.html
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